quarta-feira, 22 de setembro de 2021

your love

Chegamos a sentir realmente o tempo que vivemos? Esta música parece-me de há mil anos e, no entanto, soa-me perfeitamente bem. Como se tivesse permanecido em algum lugar no mais profundo de mim. Recorda-me da passagem do tempo, transporta-me não para um sentimento mas para mim própria. Vejo-me por fora naqueles meus lugares e vejo o que pensava. Vejo-me por dentro. Este é um tempo incontável, não sei a quantidade de dias, de horas, de minutos que me levam até lá agora. Só sinto a distância de estar lá e do estar aqui. E o que neste tempo permaneceu. O que neste tempo deixou de me pertencer. 




 

sexta-feira, 20 de março de 2020

20 de Março de 2020

Hoje começa a Primavera mas o dia acordou cinzento e chuvoso. Estamos em casa há uma semana. Fomos obrigados a ficar em casa. E eu que sempre fui bastante reservada e quieta no meu mundo começo a sentir falta de ver pessoas e da agitação (pequena para uma vila) do-dia-a dia. Mesmo ficando em casa sinto que o tempo continua a voar, talvez seja dos meus pensamentos inquietos sobre tudo o que está a acontecer. Apercebo-me quando aparecem e tento controlá-los para que não me controlem a mim. Já conheço os efeitos desses pensamentos no meu corpo e não são agradáveis. Há tanto para fazer. sempre. Aqui em casa. Os meninos continuam a ser os meninos. Têm inventado brincadeiras. Tem o privilégio de brincar na rua, andar de bicicleta. Sabem que existe este vírus e que por isso não vão à escola, mas sinto que não perdem tempo a pensar nisso. E ainda bem. Lembro-me do filme italiano "a vida é bela", a forma como o pai reagia para o filho não se aperceber do que estava a acontecer com eles é notável. Tento sempre lembrar-me que tudo acontece por um Bem Maior. Tudo. 


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Final de 2019

Foi um ano intenso. Demasiado intenso até. Para o  meu coração. Sei que tive momentos felizes, momentos em que sabia exatamente quem eu era. Esses momentos, com tudo a acontecer, foram preciosos para mim. Saber quem sou e onde quero chegar. As pessoas podem magoar-te de mil formas, mas se estiveres plena em teu coração, não te irão afetar terrivelmente. Mas estes últimos meses deixara-me completamente sem chão. a minha imunidade, sempre tão em cima, desceu bem fundo. Deu lugar a viroses e constipações. Algo que não estou habituada. deu lugar a um cansaço indescritível e, parece-me, não consigo recuperar dele. Não imagino como irá ser o meu ano 2020. Poderia dizer que me sinto forte, mas ainda não estou nessa disposição toda. preciso traçar objetivos precisos, mas parece que só sobrevivo aos dias. Sei que não vou deixar a dor instalar-se, ou será bem mais difícil retirá-la depois. Recorro aquela alegria do meu ser, que é ser-se quem se é, na minha essência. A partir daí, renasço todos os dias. Podem tirar-nos tudo, menos aquele valor que carregamos no peito, que trazemos cá dentro. que somos, não a todo o instante, porque nos fazem esquecer dele tantas vezes. Mas que permanece apesar de todas as dificuldades. 


quinta-feira, 5 de abril de 2018

de novo





Tenho entrado aqui por várias vezes. escrevo meia dúzia de palavras e só. a vontade de voltar é grande mas ao mesmo tempo, parece que tanta coisa mudou. não ser mais a mesma pessoa que escreveu tudo aquilo que ficou guardado aqui neste lugar. mas é isso mesmo, não podemos ser os mesmos. porque temos tanta experiência com o passar dos dias que tudo se modifica, tudo. tudo.
mas será isso que ficará para sempre marcado neste lugar. o lugar da mudança e como sabemos que crescemos sempre um pouco mais ao nos deixarmos aqui. 
Estou de volta ao trabalho. o mais pequeno esta quase a fazer um ano nas nossas vidas. o Miguel entrou na escola e já sabe ler. esta semana começaram a dormir sozinhos no quarto. o Miguel e o João. o do meio. adora dinossauros. é primavera e tenho imensas ideias mas pouco tempo para as realizar. são três e precisam muito de mim. estão primeiro e sei que tudo tem o seu tempo. foram eles que me ensinaram isso.
de novo por aqui, espero que mais frequentemente. espero trazer para aqui algumas das minhas ideias. sempre para  eu me reconhecer naquilo que escrevo e aprender mais um pouco sobre mim. se mudamos com o passar dos dias, perceber essa mudança e a sua importância para estarmos bem.
Espero sempre encontrar flores no meu caminho. e espero trazer muitas até aqui.

sábado, 3 de dezembro de 2016

be brave

É sábado. E tem estado a chover sem parar. A lareira acesa. tenho os meninos a mexer em coisas electrónicas. Vou fazer um bolo de erva doce e canela. Tenho 20 semanas de outro amor que vem a caminho. José Eduardo. Chove. Sem parar. Penso enquanto arrumo a cozinha e vejo a chuva cair. O poder pessoal que existe em nós quando sobrevivemos à dor que sentimos por algo que acontece connosco, à nossa volta e que desistimos de controlar. Não vou aqui dizer explicitamente o que me acontece, o que está a acontecer. Mas a verdade é que estava a pensar em resposta ao "não sei como consegues" que oiço às vezes. Consigo. E a verdade é que é exatamente como a fénix que renasce das cinzas. Como se a dor que existe nos faz renascer. Novamente. E sempre, mais corajosa, mais forte, mais tranquila, e sempre com amor no coração. Não raiva ou ódio. O interessante de suportar algumas coisas é isso. Faz-nos diferentes. Canalizar a dor, penso que será isso. Para o melhor de nós. Parece que é tão simples, escolher a felicidade, o sorriso, mesmo com tudo a acontecer. E vendo bem agora, talvez seja, depois de tudo, tão fácil escolher estar feliz. Mesmo. Apesar de. 

terça-feira, 12 de julho de 2016

Lucy


Tenho coisas dentro de mim que quero muito fazer. E ontem foi daqueles dias que terminei uma data de coisas. Simples. Mas que ocupavam sempre um pouco do meu pensamento. Não gosto de coisas por concluir. Fico sempre mais leve quando termino algo. Ontem vi este filme. Uma coisa tão simples como ver um filme. Há dois anos (desde que saiu) que quero vê-lo. Adorei. Adorei aquilo que nos transmite. A forma como o nosso entendimento sobre as coisas é limitado. Como o homem desenvolve as coisas materialmente para ter, mais importante do que desenvolver o ser. Houve um frase que me ficou na cabeça o resto do dia. Não existimos. Somos tempo. Achei maravilhoso. Todo o filme é lindo. A passagem do conhecimento. A nossa imortalidade. Se ainda não viram. Aconselho.

(até acho que fez sentido só vê-lo agora. Talvez lá atrás não tivesse feito sentido para a pessoa que era)


segunda-feira, 27 de junho de 2016

2 years ago

Quase dois anos passaram desde que conheci a ana de amesterdam. Diferente do que estava habituada a ler em blogues. Mas fascinou-me a forma como escrevia e abordava alguns sentimentos e relações entre as pessoas. Aquilo que ela mesmo é, também me fascinava. Quase dois anos passaram desde que falei o que tinha de falar. Desde que confrontei algo que tanto me magoava. Todos os dias. Todos os dias o mesmo. É verdade quando falam que nada é para sempre. Mas aquele sentimento de impotência sobre o que me rodeava pensei que não fosse desaparecer nunca. Alturas havia que pensava, teria desaparecido e continuava lá. Bem sabia. Mas agora passados quase dois anos. Sinto-me profundamente livre. Quase não li a ana neste tempo todo. Não consigo lê-la sempre. Voltei agora a ela. Traz-me uma nostalgia que não consigo explicar. Ela esteve presente nesse meu momento, há dois anos atrás. E agora volto a ela. Porque preciso dela. Por outros motivos.